Um pequeno dicionário, com termos em Yorubá, utilizados no dia-a-dia das religiões de matriz africana, acrescentado de alguns em nossa língua, além de alguns “dialetos regionais”.
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Termo de referencia que designa os laços de parentesco místico nos quais incorre o filho-de-santo em virtude da iniciação.
O mesmo que adósùu e iaô.
Processo de iniciação que implica em reclusão, catulagem, raspagem, pintura, instrução esotérica, imposição do osùu (vd.) e apresentação publica (vd.) orúko.
Termo de parentesco místico que se refere a um laço interposto pela iniciação entre um noviço e seu padrinho, gerando obrigações e deveres semelhantes aos do compadrio (vd. Mãe-pequena).
Diz-se de todo aquele que é afiliado ao candomblé. (vd.Povo-de-santo).
Fecho de colar de forma cilíndrica. Suas cores indicam a vinculação de seu portador a um determinado òrìsà.
vd. Jeje. vd. Nação.
Termo que designa, genericamente, oferendas e sacrifícios, Usa-se também trabalho, despacho e, as vezes, feitiço.
Pessoa veterana no culto; título adquirido após a obrigação de sete anos. Opõe-se a iaô, sendo equivalente a vodunci.
vd. Quizila.
Nome dado a argila branca com que são pintados os neófitos. Essa pintura corresponde ao que se chama de "mão-de-efun" (vd. 18-Efun). Como sinônimo de efun ocorre, também, afin.
Nome genérico dos espíritos dos mortos.
Espíritos dos ancestrais, cultuados especialmente em terreiros situados na Ilha de Itaparica, na Bahia.
Aquele em nome do qual se faz o sacrifício ou oferenda.
Nome dado a esteira de palha utilizada pelos neófitos, sobretudo durante o período de reclusão. É empregada como "mesa", "cama" e "tapete" em distintos ritos. No candomblé é usual a expressão "irmãos-de-esteira" para designar o conjunto de neófitos reclusos ao mesmo tempo, e que eventualmente tenham partiIhado esse artefato simbólico na liturgia da iniciação.
Cargo honorífico circunscrito às mulheres que servem os òrìsà sem, entretanto, serem por eles possuídos. É o equivalente feminino de ogã.
Termo que caracteriza um estágio de transe atribuído a um espírito-criança.
Espíritos de ancestrais ilustres do candomblé.
Primogênito da criação. Também conhecido como Elégbára (jeje) é popularmente referido como compadre ou homem-da-rua. Suscetível, irritadiço, violento, malicioso, vaidoso e grosseiro. Dizem que provoca as calamidades publicas e privadas, os desentendimentos e as brigas. Mensageiro dos' òrìsà e portador das oferendas. Guardião dos mercados, templos, casas e cidades. Ensinou aos homens a arte divinatória. Costuma-se sincretizá-lo com o diabo. Ocorre tanto em representações masculinas como femininas. Nas casas angola é Bombogira; nas casas angola-congo é (Exúlonã). Na umbanda tem múltiplas personagens, entre elas, Pomba-gira. Suas cores são o vermelho e o preto. Saudação – "Laró yè!".
vd. Eni.
Serpente sagrada (Daomé – Benin) representando a eternidade e a mobilidade sob a figura de uma cobra que engole a própria cauda. Genericamente designa os filhos-de-santo da nação jeje; encontrando-se sincretizada com Òsùmàrè e Besen.
vd. Yemoja.
Composto de essências aromáticas, folhas e cascas, usado ritualmente em fumigações propiciatórias e terapêuticas.
Palmeira africana aclimatada no Brasil (Elaeis guineensis; Jacq.) de ampla utilização na liturgia dos candomblés. 0 óleo obtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é considerado indispensável para a elaboração de grande parte das comidas-de-santo. Suas folhas servem para guarnecer entradas e saídas das casas-de-santo (vd. màrìwò).
Tipo de oferenda dedicada a Èsù, quer no início das crimônias (vd.Pàdé), quer nas encruzilhadas, nos matos, rios e cemitérios.
vd. Orúko.
Nome iniciático dos filhos-de-santo dos candomblés de nação angola.
Nome dado à adivinhação com búzios que podem ser de 4 a 36 (mais comumente 16). Nesse jogo de Ifá as respostas ao oráculo são dadas por Èsù.
Cumprimento prescrito aos iniciados de òrìsà femininos diante dos lugares consagrados ao culto, pai ou mãe-de-santo, òrìsà e graus hierárquicos elevados. 0 termo iká designa o seu correspondente para o caso de filhos-de-santo de brisa masculinos.
Fruto do cabaceiro (Cucurbita lagenaria L., ou Lagenaria vulgaris –cucurbitácea, e outras espécies). Sua carcaça é freqüentemente utilizada nos cultos afro-brasileiros como utensílio, instrumento musical" insígnia de òriìsà ou mesmo para representar a união de Obàtálá e Odùduwà (o Céu e a Terra).
Espíritos ancestrais cultuados nos candomblés-de-angola, de caboclos e na umbanda. São representados, geralmente, como índios do Brasil ou de terreiros da África mítica.
vd. Runko.
Designação genérica dos cultos afro-brasileiros. Costumam, no entanto, distinguir-se pelas suas designações regionais: candomblés (leste-setentrional, especialmente Bahia), xangôs (nordeste-oriental, especialmente Pernambuco), tambores (nordeste ocidental, especialmente São Luís do Maranhão), candomblés-de-caboclo (faixa litorânea, da Bahia ao Maranhão), catimbós (Nordeste), batuques ou parás (região meridional, Rio Grande do Sul,,Santa Catarina e Paraná), batuques e babaçuês (região setentrional, Amazonas, Pará e Maranhão), macumba (Rio de Janeiro e São Paulo).
vd. Caboclo. vd. Candomblés.
Designação do espaço circunscrito que constitui a sede de um grupo de culto. Costuma chamar-se também de ilé (kétu), roga e terreiro (angola) e, em alguns casos, barracão. Este ultimo termo serve também para designar o recinto onde ocorrem as festas públicas.