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À Minha Querida Maezinha, Lydia de Logunede

Houve um tempo que uma luz iluminava minha vida, era tanto brilho, tanto calor, tanto amor, que só podia vir de um lugar, ou melhor, de uma pessoa, minha querida mãe Lydia Figueiredo Basílio, para os outros mãe Lydia de Logunede.

A mãe, a mulher que caminhou comigo, mostrando-me os primeiros passos, instruindo-me nas primeiras letras, trouxe-me também os primeiros conceitos da religião que professava e que por sua influência também abracei com o mesmo fervor. Foi assim que a Umbanda entrou na minha vida e eu na dela.

Mãe Lydia foi uma pessoa maravilhosa, como toda mãe deve ser, trabalhou muito na minha infância, vendendo Yakult de porta em porta, nunca o sorriso deixou seu rosto, tinha sempre palavras de conforto e sabedoria a todos.

A vida era sofrida, pois com quatro anos de idade, não tendo com quem me deixar, já me levava nos Terreiros onde fazia e praticava caridade. De seus ensinamentos meu caráter foi formado, dela me orgulho todos os dias.

Lembro-me que mãe Lydia me levava na escola pela mão, e, de mãos dadas, voltávamos para casa, era meu pequeno prazer tê-la só para mim naqueles momentos preciosos.

Meu pai tinha problemas com a bebida, e, por conta dela, vivia internado em hospital psiquiátrico, não durou muito, e nos meus oito anos de idade, ocorreu a separação, mas mãe Lydia nunca me proibiu de visitá-lo, não havia rancor, desprezo, ódio, não, apenas carinho, amor e compreensão, pois era um homem de caráter e bom de coração.

A falta que minha Lydia me faz, chega a doer no peito. Lembro-me com saudades do seu colo acolhedor, da sua voz serena, às vezes nem tanto, pois educar um garoto, sozinha, não era fácil. Conversávamos sobre tudo, sempre satisfez minhas curiosidades.

Mãe Lydia não era só a minha mãe, como mãe de santo ela tinha outros filhos e sentia-se muito bem fazendo o que mais gostava: praticar a caridade. Quantas e quantas vezes a acompanhei e vi os rituais, os passes, os conselhos, a emoção transbordar no rosto das pessoas atendidas por ela, quando incorporada com o “Caboclo Guará”, quantos vi chorando de felicidade, nem sei dizer.

A tristeza que sinto por sua ausência não me deixa doente, ao contrário, me anima, conforta e até me dá forças para continuar trilhando os caminhos que ela me abriu. Sua vida foi longa, as recordações são muitas, ela não nos deixou de repente, não foi uma partida sem um adeus. É bom pensar nela, as lágrimas que eventualmente posso derramar não serão pela dor de sua morte, mas sim por conta das lembranças de seus atos de amor e de caridade ao próximo.

Esteja ela onde estiver, terá sempre o meu amor, será sempre a fonte da minha mais ardente inspiração, pois como Ogã, sigo seus passos com a mesma missão, hoje me dedico à defesa da Umbanda e do Candomblé, faço isso a mais de 25 anos junto ao Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo – Souesp  e inúmeras Federações, sou neto de Tata Fomutinho, de Jeje Mahi, filho do Babalorixá Jamil Rachid de Obaluaiê, para quem também dedico esta humilde obra.

  Antonio Basílio Filho
“Ogã Basílio de Xangô”

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